Reuniao Zee

ZEE Cerrado e Sistema Costeiro: IMESC e os coordenadores temáticos dão continuidade as apresentações técnicas para o Ministério do Meio Ambiente

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São Luís, MA – Representantes do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), realizador do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), reuniram-se com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para apresentar a construção metodológica e os resultados alcançados nos Eixos temáticos de Geologia, Geomorfologia, Hidrogeologia e Clima no bioma Cerrado e Sistema Costeiro do Maranhão. O encontro destacou a complexidade do território maranhense e a necessidade de integrar conhecimento técnico às políticas públicas.

A reunião foi conduzida por Ribamar Carvalho e Hauanen Araújo do IMESC, com participação de Bruno Siqueira Abe Saber Miguel, Coordenador-Geral do Departamento de Ordenamento Ambiental Territorial da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA. Os resultados foram apresentados por pesquisadores da UFMA e UEMA: Jorge Hamilton Souza dos Santos, Edileia Dutra Pereira (Geologia e Geomorfologia) e Gunter de Azevedo Reschke (Clima).

Potenciais e Fragilidades do Território

O mapeamento geológico e geomorfológico revelou formações de grande importância agrícola e mineral, como o Grupo Itapecuru e a Formação Sambaíba, apontada como o melhor aquífero do estado e com potencial mineral. Também foi destacada a Formação Pedra de Fogo, em Duque Bacelar, com fósseis vegetais raros e aptidão para ecoturismo.

No eixo hidrogeológico, os estudos mostram vulnerabilidade das ilhas oceânicas, dependentes de aquíferos rasos sujeitos à intrusão salina, além da dificuldade de captação de água em regiões centrais, onde poços ultrapassam 130 metros de profundidade.

Já a análise geomorfológica identificou 57% do Cerrado maranhense em áreas elevadas, com erosão acentuada em chapadas e planaltos, agravada pelo uso inadequado do solo. Segundo Edileia, “áreas férteis vêm sendo usadas para pastagem, comprometendo a recarga dos aquíferos e as nascentes”.

Cenários Climáticos: Um Alerta

O estudo climático da UEMA projeta aumento de até 3,6°C e redução de até 34% nas chuvas em cenários pessimistas até 2059, com risco de déficit hídrico permanente. O Maranhão aparece como uma área de transição climática, suscetível à expansão de zonas semiáridas e à desertificação.

Para Gunter, medidas de adaptação — como uso de cultivares resistentes à seca e proteção de nascentes — são urgentes para reduzir impactos no campo e nas cidades.

Desafio de Integração

O MMA destacou a “grande angústia” de transformar os ricos dados do ZEE em orientações práticas para gestores. A proposta de criar mapas inteligentes, cruzando informações sobre solo, geologia, clima e uso da terra, surgiu como caminho para subsidiar decisões e prevenir riscos.

A reunião encerrou-se com a reafirmação do IMESC em integrar os diagnósticos em uma leitura conjunta, capaz de orientar investimentos sustentáveis e socialmente justos para o Maranhão.